sexta-feira, outubro 17, 2008

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Lições das Andorinhas

“Quão amáveis são os teus tabernáculos, ó Senhor dos Exércitos! (...) Até o pardal encontrou casa, e a andorinha ninho para si, e para a sua prole, junto aos teus altares...” Salmo 84:1,3a

Recentemente, fomos surpreendidos por um casal de andorinhas em nossa casa. Eles aproveitaram a tubulação de gás inativa, para ali improvisarem seu ninho.

Acompanhamos de perto a construção do ninho. Cada vez que elas vinham, traziam alguma colaboração no bico.

De repente, em uma noite silenciosa, fui à cozinha beber água, e ouvi o barulho que vinha da tubulação. Os filhotes finalmente haviam nascido. E como faziam ruídos!

Eu e minha família vibramos com o acontecimento.

Mas algo inusitado aconteceu esta semana.

Pela nossa conta, foram três os filhotes que nasceram. Um deles caiu do ninho, mas graças ao parapeito da janela de nossa área de serviço, não se esborrachou lá embaixo.

Ele já estava bem grandinho, com as penas trocadas, mas ainda não tinha a habilidade necessária para voar.

Os pais ficaram desesperados. Passavam o dia inteiro adejando aquele filhote. Às vezes, um deles pousava ao seu lado, e tínhamos a impressão de que lhe dava um sermão por haver deixado o ninho prematuramente.

Que situação a daquela pequena andorinha. Não conseguia retornar ao ninho, nem tampouco abrir as asas e voar.

Eu e Ivonete, nossa assistente do lar, resolvemos dar uma mãozinha à família.

Mas toda vez que tentávamos pegar o filhote para devolvê-lo ao ninho, sua mãe vinha furiosa contra nós. Por respeito a ela, retrocedíamos.

O que fazer?

Percebemos que no parapeito do primeiro andar havia marcas estranhas. Eu já havia percebido antes, mas não conseguia discernir o que as havia provocado. Só agora pude dar um zoom na minha câmera, e perceber que se tratava dos restos mortais de outras andorinhas que provavelmente caíram da mesma tubulação. Nossa conclusão: não era a primeira vez que andorinhas faziam seu ninho ali. Talvez as andorinhas que agora elegeram nossa tubulação como lar, tenham sido sobreviventes de ninhadas anteriores.

Será que aquele filhotes teria o mesmo destino?

Às vezes tínhamos a impressão que os seus pais tentavam estimulá-lo a abrir suas asas e voar. Era mais fácil projetar-se para fora, do que tentar um vôo vertical e retornar ao ninho.
Queríamos ajudar, mas não sabíamos como.

Resolvemos aproveitar a ausência momentânea da mãe, que provavelmente saíra em busca de mais comida, e conseguimos capturar o filhote.

Desespero total! Ao entrar em nossa casa, o filhote escapou da mão de Ivonete, e se escondeu debaixo de nosso freezer. Tivemos que tirá-lo de lá com um cabo de vassoura, manuseado com cuidado para não machucá-lo.

Ivonete, então, tentou devolvê-lo ao ninho, colocando-o na boca da tubulação. Mas ao soltá-lo lá, ele simplesmente abriu as asas e saiu voando.

Imediatamente, apareceu sua mãe, que saiu voando atrás dele. Mas ela voltou sozinha. Nunca mais aquele filhote volta ao ninho, a não ser para reproduzir.

Que ótima parábola este episódio nos dá acerca de nosso relacionamento com Deus.


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