terça-feira, maio 24, 2011

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Homossexual, negra, pobre, mulher e crente


Por Pablo Massolar

Pra não dizer que não falei das flores... “Caminhando e cantando e seguindo a canção. Somos todos iguais, braços dados ou não. Nas escolas, nas ruas, campos, construções. Caminhando e cantando e seguindo a canção...” Assim começa a música do Geraldo Vandré que ficou em segundo lugar no Festival Internacional da Canção de 1968, virou um hino de resistência à ditadura militar brasileira e, depois disso, teve sua execução proibida durante anos usando como pretexto a "ofensa" à instituição contida nos versos "Há soldados armados, amados ou não. Quase todos perdidos de armas na mão. Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição de morrer pela pátria e viver sem razão". 

Seguindo a canção, resolvi escrever este texto não em nome de um grupo específico, não o escrevo como partidário de interesses e manipulações políticas, nem religiosas. Escrevo apenas porque reconheço o direito das minorias, todas elas, sejam elas quais forem, de terem seus direitos civis garantidos na lei sim, mesmo que estes direitos não me sejam úteis, interessantes ou possam ir de encontro com o que julgo ser o modo saudável de conduzir a própria vida psicológica ou socialmente. Por outro lado, faço questão de ter o mesmo direito constitucional de manter opinião formada sobre os assuntos que julgo importantes para minha vida pessoal e daqueles que convivem comigo diariamente. 

Desculpe o trocadilho, mas por favor não me chamem de “vaselina”. Tenho amigos gays, heteros, pobres, viciados, marginalizados, vitimados, liberais e também os que hoje são chamados de homofóbicos, radicais, intransigentes, fundamentalistas, etc. Transito com a maior facilidade entre todos eles porque creio que Jesus faria o mesmo, correndo até o risco de ser confundido com um deles, mas sem deixar de orientar e muitas vezes confrontar em amor as posturas mantidas por quem quer que fosse, de um lado ou outro da linha de batalha. 

O que norteia uma democracia é o direito à livre expressão das idéias, o direito de ir e vir até onde o direito do meu próximo não seja ferido por mim. Não sei se o que direi aqui poderá ser considerado uma postura homofóbica ou permissiva demais. Na verdade pouco importa. Dependendo de quem ler, poderá encontrar as duas tendências, mas é somente minha opinião e ela não deve ser entendida fora do contexto da totalidade da minha vida e também do que já escrevi até aqui. 

Particularmente, apesar de não concordar com a prática homossexual e também não achar saudável para a formação total de uma criança ou adolescente serem orientados nesta direção, reconheço que pessoas do mesmo sexo possam e devem ter assegurado o direito civil de constituírem bens em comum dentro de uma união estável tenha ela o status/nome de casamento ou não. 

O que minha consciência não permite é ser proibido de dizer que homossexuais precisam sim se arrepender de seus pecados, bem como e também os “crentes” e “santos” que não conseguem amar, perdoar, fazer o bem ou viver na Verdade e pela Verdade. 

Longe de tentar fazer uma leitura fundamentalista ou puramente conservadora dos textos bíblicos, não acredito que Deus abençoe casamentos homoafetivos da mesma forma que não consigo crer na possibilidade do Deus da Bíblia abençoar um casal hetero que não se ame, não se respeite e não viva em fidelidade mútua, muito embora eu saiba que o critério da bênção de Deus é a Graça que não obedece regras e/ou leis humanas. Recebemos Graça não por merecimento, mas por puro amor de Deus revelado em Cristo Jesus. 

Não consigo conceber a idéia de Deus rejeitar ou deixar de amar alguém simplesmente por sua tendência e orientação sexual, cor, religião, conceitos filosóficos, preconceitos, medos e pecados, sejam eles de que ordem for. 

Tenho dito que há tanta salvação oferecida para Fernandinho Beira-mar como para Madre Teresa de Calcutá, São Francisco de Assis, Lady Gaga, as milhares de crianças abandonadas nas ruas das nossas cidades, prostitutas, pastores, bispos, rabinos, sacerdotes, pagãos e todo tipo de gente. Isto também quer dizer que a salvação é uma possibilidade real para você e eu neste exato momento em que você lê este texto. Isto tem a ver apenas com fé. Não há projeto lei ou iniciativa pública que mude isto. 

O que escrevo aqui não é uma bandeira, nem colorida, nem preto e branco, apenas o que o Senhor Jesus nos mandou pregar até os confins da terra. O que tenho a dar é tão somente e simplesmente uma boa notícia:  

“Mas agora se manifestou uma justiça que provém de Deus, independente da lei, da qual testemunham a Lei e os Profetas, justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que crêem. Não há distinção, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus.” (Romanos 3.21-24) 

O Deus que ama e salva te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!

Pablo Massolar

9 comentários:

  1. Anônimo4:36 PM

    O posicionamento do autor do texto acima é pertinente diante da infinita temporalidade da misericórdia divina.
    Nós deparamo-nos com muitos conflitos de ordem humana no meio das várias denominações pregadoras do evangelho. Sabemos que existem condenações feitas por juízo humano antes de ouvir o soar do martelo do "Justo Juiz", e sabemos que a misericórdia do Altíssimo paira sobre a humanidade com Amor insondável, Amor que visualiza o Tempo cronológico sob a visão Eterna a qual abarca a existência física e a existência metafísica de todo o Universo.
    A humanidade está condicionada a uma realidade incapacitada de fazer juízo sobre eventos espirituais que significam no momento histórico julgado. O presente está restrito ao instante observado. O Juízo Divino julga sobre um presente Eterno, presente que visualiza toda a imensidão temporal onde não há passado nem futuro, tudo está translucidamente visualizado sobre uma clarividência retilínea num espaço/tempo infinito...
    O Juiz Divino julga sobre o fiel aferido de uma balança de misericórdia atemporal.

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  2. Já que você não está preocupado com o que vão falar, isso demonstra que você não está preocupado em ser questionado, então comentar em um artigo como esse torna-se desnecessário, mas vou discordar de você. Concordo apenas no ponto de que o homoafetivo é um ser humano, e como ser humano precisa de ajuda e de Deus, no demais discordo, pois, acredito que é inconcebível uma união homoafetiva a luz da Bíblia, versículo fora de contexto não é base para ninguém, a não ser para heresias.
    O fato de você não conceber a idéia de Deus rejeitar alguém, é porque a sua idéia não está pautada na Bíblia, por isso o seu discurso é baseado em sofismas e humanismo, se isso fosse verdade nós não iríamos ver na Bíblia como este: Apartai-vos de mim maldito, vós que praticais iniquidade. O pecado nos torna repulsivos diante de Deus, onde somente os que são redimidos por Cristo podem se chegar a Ele, Cristo é o elo de ligação entre o homem e Deus, mas o homem só vai a Cristo se Deus o levar (joão 6;37 "Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora").
    União homoafetiva é um abuso a constituição que Deus criou que é a família, constituída por homem X mulher, e não mulher X mulher, e nem homem X homem.
    Que a Lei de Deus gravada nos corações dos santos, e o trabalho da grande comissão, transforme o mundo pelo poder do evangelho.
    Paz e Bem!!!

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    1. Anônimo3:42 PM

      Vc foi muito infeliz em suas palavras, pois demonstra que de Jesus vc não conhece nada. Por que falo isto, porque sendo Jesus o verbo de Deus, logo, Ele sim, é a palavra de Deus. Infelizmente vc como muitos cristão não entenderam de que Jesus é a bíblia providenciada e não os manuscritos de Moisés. É tão sério tudo isto, que os cristãos em sua maioria não percebem que Jesus não se preocupa nem um pouco em cumprir os mandamentos de Moises, ele veio para cumprir o mandamento do Pai ''Que é o Amor'' Ele veio ensinar que o mandamento do pai é o amor, e não leis cívicas ou ainda morais. E foi exatamente por este quisito de cumprir o mandamento do pai e não o de moises que Jesus foi estranhado pelo povo judeu e nomeado como blasfemo, que fala de si e usado por belzebu. Isto porque o mandamento de Jesus era oposto o de Moisés. Será mesmo que o mandamento de moises fora dado por Deus, visto que foi ele mesmo quem disse que foi Deus quem o deu? Se ele tivesse aqui entre nós, certamente vc seria mais um dos que o ignoraria ou mais um dos que o idolatraria. Só sei amigo que jesus disse que o mandamento de Deus é este ''"O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando." João 15, 12-14

      Finalizmando...

      Sabe qual é grande erro? É que vc ama a bíblia (letra) mas odeia a palavra (o Verbo, Jesus) Tudo indica que se Jesus estivesse aqui sendo que ele sempre foi, vc seria mais um a crucificá-lo. A questão é que o Jeová (assassino do antigo testamento, satanás disfarçado de Deus que enganou até escolhidos como moisés)é totalmente diferente do Deus-Pai, o Criador,Pai de Jesus que veio para dar vida e vida em abundância. O antigo manda matar a adultera, o do novo testamento, O pai, apenas diz: vai e não peques mais.
      Admita cara, vc gosta do jeová e de sua bíblia(livro) e não do Pai e sua bíblia (Jesus)
      Seu Idólatra! O seu pecado de idolatria a um livro é pior do que a ralação sexual dos homossexuais. Há problema no livro? de modo algum, se este não for intepretado por meio do Verbo só vai sair heresia, desta como vc prega.

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  3. A palavra de cristo deve ser pregada ... a verdade com jeito, deve ser dita, creio nisso! interessante seu blog voltarei aki

    fica na paz do senhor .

    ---> http://ktflordemenina.blogspot.com/

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  4. Não poderia deixar de comentar. Muito feliz esse artigo. Não quero e nem vou discriminar ninguem por nenhuma escolha ou caracteristica pessoal. Quero poder amar a todos, porém, quero ter o direito de achar que o que não está certo à Luz das Escrituras, seja direito meu de exortar quem permanece no erro.
    Abços. Hermes

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  5. Concordo com tudo que o Hermes falou!

    O Leonardo ou não sabe ler ou não sabe interpretar um texto.

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  6. Será que não entendi direito?

    Na verdade meu comentário está baseado em "direitos", que o autor do texto (que não é o Hermes)diz ter todas as pessoas, meu comentário foi baseado em frases como estas:
    "reconheço o direito das minorias, todas elas, sejam elas quais forem, de terem seus direitos civis garantidos na lei sim, mesmo que estes direitos não me sejam úteis, interessantes ou possam ir de encontro com o que julgo ser o modo saudável de conduzir a própria vida psicológica ou socialmente".
    "reconheço que pessoas do mesmo sexo possam e devem ter assegurado o direito civil de constituírem bens em comum dentro de uma união estável tenha ela o status/nome de casamento ou não".

    Estas frases são uma afirmação de direitos onde a sociedade deve aceitar uma relação homoafetiva, e o autor da frase demonstra total simpatia, e parece estar alegre com essa conquista, a conquista do "direito" de pessoas do mesmo sexo, confirmarem uma união estável, união esta que a Bíblia condena categoricamente, mas respeitar os "direitos" dos outros é a meta da sociedade, enquanto isso a vontade de Deus vai sendo esquecida, e a Bíblia torna-se irrelevante, pois o que domina o mundo hoje são os sofismas, onde a religião que está sendo pregada em quase "todas" as religiões é a Relativização, onde pelo que me parece, até o fato da Bíblia ser considerada em tais casos é relativo.

    À estes que aderem a essa visão, minha resposta é: Romanos 1;24-25 "Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si;
    Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém"

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  7. Bispo, concordo, salvação pela fé e fé somente, mas e quanto a regeneração, o ter a consciência transformada e dar fruto digno de arrependimento, e quanto ao fato de termos os nossos pensamentos levados cativos pelo o Amor de Cristo e sermos transformados pelo seu poder? Digo e quanto aos efeminados, e quanto aos adúlteros...etc... estes não herdam o reino, o glutão também não, mas é possível crer sem nascer de novo, sem regeneração, sem metanóia, sem um processo gradativo ainda que cheio de tropeços e deslizes 1000, por toda a vida, de forma que desenvolvemos a salvação, e como poderíamos permanecer no mesmo estado, ou pior o mesmo estado deliberado de voltar ao vômito sem que isso fosse sinismo? Quanto a lei civil, óbvio, todos os civis tem direitos iguais, mas quanto o direito de nos expressarmos e expressarmos as Escrituras, também deve ser assegurado... no mais Bispo era isso, grande abraço!

    Leoanrdo Kreisman (Léo)

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  8. O posicionamento do autor do texto acima é pertinente diante da infinita temporalidade da misericórdia divina.
    Nós deparamo-nos com muitos conflitos de ordem humana no meio das várias denominações pregadoras do evangelho. Sabemos que existem condenações feitas por juízo humano antes de ouvir o soar do martelo do "Justo Juiz", e sabemos que a misericórdia do Altíssimo paira sobre a humanidade com Amor insondável, Amor que visualiza o Tempo cronológico sob a visão Eterna a qual abarca a existência física e a existência metafísica de todo o Universo.
    A humanidade está condicionada a uma realidade incapacitada de fazer juízo sobre eventos espirituais que significam no momento histórico julgado. O presente está restrito ao instante observado. O Juízo Divino julga sobre um presente Eterno, presente que visualiza toda a imensidão temporal onde não há passado nem futuro, tudo está translucidamente visualizado sobre uma clarividência retilínea num espaço/tempo infinito...
    O Juiz Divino julga sobre o fiel aferido de uma balança de misericórdia atemporal.

    PAIXÃO, Edson.

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