terça-feira, dezembro 02, 2008

0

Onde foi parar aquele menino?

Era o ano 2000. Eu havia acabado de subir ao púlpito para pregar em um culto de quarta-feira em nossa igreja na Vila da Penha. De repente, alguém se aproxima para me dar a notícia de que meu filho Rhuan, na época com apenas 6 anos, havia desaparecido.

Não tive alternativa. Pedi desculpas aos irmãos, deixei o púlpito, e saí correndo pela avenida Brás de Pina na esperança de encontrá-lo.

Os irmãos presentes no culto, vendo o nosso desespero, saíram pelas lojas, mercados, pontos de ônibus, em busca de nosso filho.

Foi um desespero total.

Alguém nos contou que havia visto um menino louro, com as discrições do Rhuan, entrando em um ônibus, acompanhado de um homem estranho.

Meu coração parecia saltar pela boca! O que fazer? Chamar a polícia? Será que seqüestraram meu filho?

Tânia, minha esposa, estava com os nervos à flor da pele. Afinal de contas, Rhuan era nosso único filho homem.

Não dava tempo de nos acusarmos mutuamente. Ela tinha que cuidar dos três filhos, sendo Rayane, uma criança especial de dez anos, Revelyn com apenas cinco aninhos, e Rhuan, sem dúvida, o mais arteiro. Ir para a igreja com os três era sempre uma aventura.

Tânia não sabia se me ajudava no culto, ou se prestava atenção nas crianças.

Eu, por minha vez, tinha que atender às pessoas, preparar a mensagem, as músicas que seriam cantadas, etc. Como eu poderia dar conta de tudo isso e ao mesmo tempo me preocupar com as crianças?

Não era o primeiro susto que o Rhuan nos dava. Mas dessa vez, ele foi longe demais.

Onde estava nosso filho? Quem o havia levado?

Como retornar ao púlpito para pregar, sem antes encontrá-lo?

De repente, minha esposa vem em minha direção e me conta: - Encontramos o Rhuan.

Que alívio! Onde ele estava?

Estava escondido atrás da caixa d'água que ficava em cima dos banheiros da igreja. Mesmo vendo a movimentação que se fazia à sua procura, ele nos contou que ficou com medo de nossa reação, e preferiu se esconder até que todos se acalmassem. Mas como nos acalmaríamos nessa situação?

Que bom que foi apenas um susto.

Fico imaginando quantas vezes procuramos por algo que está mais perto de nós do que imaginamos.

E vejo no comportamento do Rhuan uma parábola do comportamento humano, que desde Adão, está sempre se escondendo de Deus.


* Com esta história, começo hoje a publicar uma série de historinhas verídicas vividas ao longo dos meus quase quarenta anos. Essa série se chamará "Casos sem acasos...".

Nenhum comentário:

Postar um comentário