quinta-feira, agosto 17, 2006

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Um BASTA às famigeradas Sanguessugas!
Por Hermes C. Fernandes

"A sanguessuga tem duas filhas, a saber: Dá, Dá. Há três coisas que nunca se fartam, quatro que nunca dizem: Basta. A sepultura, a madre estéril, a terra que não se farta de água, e o fogo, que nunca dizem: Basta”. Provérbios 30:15-16

Que vergonha!

Como Sansão, fomos expostos publicamente ao vitupério, para que o mundo se divertisse às nossas custas. Fomos de um extremo ao outro: de heróis da fé a bobos da corte. Deitamos no colo de Dalila, e deixamos que ela passasse a navalha em nossa honra. Dentro da simbologia bíblica, “cabelos” significa honra. É preferível ter a navalha em nossa própria carne, do que deixá-la passar em nossa honra.

Tivemos nossos olhos vasados, e fomos empregados no moinho dos filisteus. De inimigo número um do pecado e da corrupção, nos tornamos a força motriz que mantém seu moinho em movimento. Agora, somos expostos no Templo de Dagon, e ridicularizados por aqueles que antes nos temiam e respeitavam.

Fomos pegos com a mão na botija! Fomos flagrados fazendo o que sempre condenamos com veemência.

Resta-nos o último pedido! Alguém se candidata a fazê-lo? Quem se colocará entre os pilares do templo de Dagon? Jamais imaginaríamos que um dia teríamos que orar, pedindo: Só mais uma vez, Senhor! Volta a dar-nos a força que antes tínhamos.

Dentre os 72 deputados e senadores que compõem a lista dos Sanguessugas do Congresso, pelo menos a terça parte é de parlamentares evangélicos. Gente que se elegeu às custas da credulidade de um povo sofrido e humilde.

Se por um lado, temos as sanguessugas evangélicas, por outro, não podemos esquecer de suas crias. De acordo com Salomão, a sanguessuga é mãe de gêmeos homônimos. Suas crias são conhecidas com o sugestivo nome de “Dá”. Elas são comparadas à três coisas que nunca se fartam, e quatro que jamais dizem “basta”: a sepultura, a madre estéril, a terra que não se farta de água, e o fogo, que em sua fúria, jamais se sacia.

Dá e Dá são a “igreja”(com “i” minúsculo, mesmo) e as instituições públicas, que numa relação incestuosa, geram cada vez mais sanguessugas, ávidas de poder, fama e dinheiro.

A sepultura é aquela que recebe o cadáver, e o decompõe. Não há excessão: todos os que nela são colocados se corrompem (nos dois sentidos). A sepultura é semelhante às filhas da sanguessuga. No caso em questão, a sepultura é a igreja evangélica institucionalizada, que tornou-se o ambiente onde cadáveres vivos, verdadeiros zumbis, estão se decompondo em plena luz do dia. A ética é relativizada e flexibilizada de acordo com os mais excusos interesses. Engole-se camelos, enquanto mosquitos são cuidadosamente coados.

A madre estéril é a igreja que já não gera filhos, pois vive de adesões, e não mais de conversões. Dada a sua esterilidade, ela “adota” filhos, que às vésperas das eleições, forjam conversões, para conquistar os votos dos irmãos desavisados.

A terra, por sua vez, tem um incrível poder de absorção. Não importa o volume de água, ela sempre o absorve. Assim, a igreja evangélica vem absorvendo as práticas do mundo, sob o pretexto de contextualizar-se, tornando-se menos intransigente, e mais atraente aos olhos do mundo, principalmente dos poderosos.

O fogo voraz não pode ser detido. Por onde passa, deixa um lastro de destruição e prejuízo. Tal é o apetite das filhas da sanguessuga.

São subproduto de uma relação incestuosa entre igreja e Estado.

Pastores trocam seus púlpitos por palanques, e o templo pelo plenário. E pior, negociam sua unção, por um apetitoso prato de lentilhas.

Os votos dos crentes tornaram-se moeda de troca. A honra da Igreja é vendida por alguns milheiros de tijolos, sacos de cimento, instrumentos musicais, carro e propriedade para o pastor e etc.

Seria esta a igreja que em Apocalipse causa náuseas em Jesus? Não estaria ela prestes a ser vomitada?

Ou seria esta a que Jesus ameaça tomar-lhe o candeeiro?

Se a igreja evangélica perder seu candeeiro, passará a funcionar na clandestinidade espiritual. Seu Alvará celestial terá sido caçado.

Já não podemos criticar a igreja católica, pois estamos incorrendo nos mesmos erros.

Que Deus tenha misericórdia de nós!

Ou que ele nos tire a tempo desta nova Babilônia que começa a configurar-se.

Não foi com isso que sonharam os Reformadores. Não era esta a igreja que Jesus tinha em mente, quando afirmou que as portas do inferno não prevaleceriam contra ela.

A Igreja dos sonhos de Deus é bem diferente da Sanguessuga e suas filhas. Enquanto estas jamais dizem "basta", a genuína Igreja é a que declara em uníssono com Paulo: "A Tua Graça me basta!"

2 comentários:

  1. Anônimo6:18 PM

    INFELIZMENTE tenho que concordar...
    Já mudei minhas oraçoes a Deus, nao peço bençaos, peço FORÇAS... FORÇAS pra continuar, mesmo vendo coisas abomináveis, a igreja corrompida.
    Mas, como sempre digo: CONFIO EM DEUS e nao nos homens, e definitivamente ISSO é a diferença na minha vida!

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  2. Anônimo4:02 AM

    Caro Pastor Hermes:
    É com gratidão que venho lhe agradecer pelos maravilhosos textos com os quais nos presenteia.
    Concordo plenamente com o que foi exposto sobretudo neste, com relação às igrejas e a política.
    Entretanto, amado amigo, vamos esperar que, no meio desse 1/3 de pastores deputados, estejam pelo menos 2 ou 3 com a atitude sincera de coração. Que estejam lá para VETAR temas como: aborto, casamento entre homossexuais, entre outros graves que, mais dia, menos dia, estarão entrando porta adentro de nossas igrejas.
    Repare: se for aprovada uma lei que permita casamentos entre homossexuais aqui em Portugal (a exemplo da Inglaterra, Espanha e Holanda, salvo erro), qualquer pastor que for chamado para o efeito, de qualquer denominação, deverá realizar a cerimónia. Ou então, pode levar um processo por "discriminação"...
    Então, aonde quero chegar? Se a política "é coisa do diabo", como dizemos nós, evangélicos, ninguém quer ir lá, para o meio do Congresso, defender os direitos de Deus... É mais fácil dizer que a política é do diabo...
    O pior, é que o diabo ouviu e assumiu.
    Então, através de pessoas como o senhor, pastor Hermes, vamos acompanhar "de perto" esses que levam o estandarte de Deus em seus corações sinceros e vamos apoiá-los, exortando-os a ficarem firmes nos seus postos políticos, para fazerem prevalescer a Palavra de Deus na sua comunidade.
    Com relação aos "sanguessugas", esses já sabemos a quem pertencem e qual será o seu destino.
    Oremos a Deus pelos fiéis de coração!
    Com muito amor em Cristo!
    Lúcia Ribas

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