quinta-feira, maio 13, 2021

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O FETICHE EVANGÉLICO POR ISRAEL

Por Hermes C. Fernandes 

De onde terá vindo este fetiche que a igreja evangélica brasileira tem com o Estado de Israel? Por que a maioria dos líderes evangélicos se manifesta a favor de qualquer medida tomada pelo governo Israelense, por mais drástica que seja? Sem se importarem com a razão do conflito entre Israel e Palestinos, sempre se colocam favoráveis a Israel, mesmo que este promova um verdadeiro apartheid do povo palestino, seguido de massacres sucessivos.

Será que o fato de descender de Abraão lhes dá aval para fazerem o que bem entenderem? Não seria mais justo ouvir o outro lado antes de se posicionar? 

De fato, Deus fez uma promessa a Abraão de que abençoaria seu povo e de que toda aquela terra seria dada à sua descendência (Gn.13:14-15). Esta mesma promessa foi confirmada a Isaque e a Jacó (Gn.26:2-24; 28:12-14). Todavia, Deus estabeleceu condições para que seus descendentes tivessem o direito de posse da terra. Se não as cumprissem, a terra os vomitaria e eles seriam espalhados entre as nações (Lv.20:22; 26:14-15, 27-28, 32-33). Portanto, a Diáspora Judaica nada mais é do que o cumprimento das sanções impostas por Deus a Israel, caso seu povo não guardasse os seus mandamentos. Ainda mais grave do que rejeitar a Lei do seu Deus, os judeus também rejeitaram o Messias prometido. Portanto, a aliança entre Deus e eles foi quebrada. 

Entretanto, há profecias bíblicas de que Israel retornaria à sua terra. E com base nessas promessas, surgiu o movimento sionista. Sionismo é um movimento político e filosófico que defende a existência de um Estado nacional judaico independente e soberano no território onde historicamente existiu o antigo Reino de Israel. O sionismo é também chamado de nacionalismo judaico e historicamente propõe a erradicação da Diáspora Judaica com o retorno da totalidade dos judeus ao atual Estado de Israel. O termo “sionismo” é derivado da palavra “Sião”, nome de uma das colinas que cercam a chamada Terra Santa. Durante o reinado de Davi, Sião se tornou sinônimo de Jerusalém. Em inúmeras passagens bíblicas, os israelitas são chamados de “filhos (ou filhas) de Sião”.

O que este movimento parece ignorar é que para que Israel retornasse à sua terra, algumas condições precisariam ser preenchidas. Dentre elas, a mais importante é a conversão dos judeus. Confira:

“Porque, em vos convertendo ao Senhor, vossos irmãos e vossos filhos acharão misericórdia perante os que os levaram cativos, e tornarão a esta terra; porque o Senhor vosso Deus é misericordioso e compassivo, e não desviará de vós o seu rosto, se vos converterdes a ele.” 2 Crônicas 30:9

Portanto, o atual Estado de Israel, fruto de um arranjamento político da ONU, nada tem a ver com o cumprimento da promessa de Deus de que seu povo retornaria à sua terra. E a prova disso é que não houve conversão. Converter-se a Deus é acolher a única oferta de salvação possível: JESUS CRISTO, o Messias descendente de Davi. Por isso os apóstolos eram tão enfáticos ao testificar que “tanto a judeus como a gregos devem converter-se a Deus com arrependimento e fé em nosso Senhor Jesus” (At.20:21). À parte de Cristo, todo judeu está tão perdido quanto qualquer gentio. Ninguém goza de uma posição privilegiada aos olhos de Deus simplesmente por pertencer a uma etnia.

Paulo diz que os judeus eram os ramos naturais da oliveira (Abraão), mas devido à sua incredulidade e desobediência, foram removidos e em seu lugar, nós, os que cremos dentre os gentios, fomos enxertados. Até que se convertam ao evangelho, eles são judeus apenas na carne, mas não na fé que teve seu patriarca. A igreja é, por assim dizer, a continuação do verdadeiro Israel. A árvore é a mesma, os ramos que foram substituídos.

Ademais, a promessa de que os judeus retornariam à sua terra foi cumprida quando deixaram o cativeiro babilônico e voltaram para Jerusalém nos dias de Esdras e Neemias. Porém, por terem dado as costas à aliança, foram mais uma vez espalhados pelo mundo quando Jerusalém foi destruída pelo exército romano no ano 70 d.C. sob o comando de Tito.

A aliança feita com Abraão não caducou, mas foi devidamente cumprida em Jesus, seu Descendente (Gl.3:16). E os que são de Cristo são os verdadeiros descendentes de Abraão (Gl.3:29). De acordo com o próprio Jesus, o reino foi tirado dos judeus e entregue a outro povo, a saber, a Sua igreja, reunião de judeus e gentios que creem em Seu nome (Mt.21:43).

E mesmo que Israel continuasse a ser o povo da aliança, conforme crê boa parcela da igreja evangélica, isso não lhe daria o direito de agir da maneira como tem agido, tirando a vida de milhares de civis inocentes, incluindo crianças. Deus não lhes deu o direito de matar. Nem a eles, nem ao Hamas, nem aos palestinos, nem aos EUA, nem a quem quer que seja.

Como seguidores de Jesus de Nazaré devemos amar os judeus, tanto quanto os palestinos, sem fazer vista grossa a nenhum dos dois lados. 

Se os palestinos erraram, fizeram-no  em reação ao que têm sofrido desde que Israel quebrou acordos internacionais, assumindo o controle de regiões habitadas pelos palestinos e expulsando-os de lá. 

Se quisermos ser justos, devemos almejar um Estado Palestino que coexista com Israel em harmonia. 

Deus ama a Israel o mesmo tanto que ama os palestinos, os árabes, os iranianos, os chineses, os alemães, os americanos, os povos indígenas, africanos e demais povos da terra. 

Oremos por Jerusalém. Oremos por Gaza. Oremos pelos nossos irmãos israelenses (judeus e árabes) e pelos nossos irmãos palestinos. Já baixas dos dois lados, de modo que só nos resta lamentar e

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