Que a salvação é pela Graça, ninguém que se diga cristão discute. Está mais do que claro que se depender da escolha e dos esforços humanos, ninguém se salvará. Deus teve que tomar a iniciativa, atravessar o abismo que nos separava, e vir ao nosso encontro, oferecendo-nos uma salvação inalcançável pelos nossos próprios méritos.
“Sola Gratia” é a expressão do latim usada pelos reformadores para enfatizar isso.
Entretanto, o que temos ouvido em nossos dias é uma versão pirata desta importante doutrina. Tal versão mereceria a alcunha de “Graça Meia-Sola”.
Segundo ela, a entrada na salvação é pela graça, porém, a permanência nela depende dos esforços humanos.
Haveria alguma base escriturística para tal perversão do Evangelho? A resposta é um sonoro “não”.
Aquele que nos salva é o mesmo que nos mantém salvos. Caso contrário, estaríamos todos irremediavelmente perdidos.
Em sua curta epístola, Judas ressalta: “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória” (Jd.24).
Ele quem nos guarda de tropeçar; que não nos deixa ser tentados além do que possamos suportar.
Ele, o bom pastor, quem insiste conosco até o fim. Nossa perseverança depende exclusivamente de Sua insistência e teimosia. Só um Deus teimoso poderia nos garantir uma salvação completa.
Prefiro descansar nesta graça, do que empenhar-me numa salvação meio-a-meio, isto é, que depende 50% dos meus esforços, e 50% da misericórdia divina.
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