Por Hermes C. Fernandes
Sabe quando você quer muito que algo seja real? Pois é... a
gente acaba se deixando levar pelo desejo, buscando respaldá-lo em argumentos
que jamais nos convenceriam se já não estivéssemos predispostos a isso.
O coração é hábil em nos pregar peças.
Daí a necessidade de vez ou outra, promovermos uma
conferência a portas fechadas entre a mente e o coração.
Não que a razão tenha sempre razão. Às vezes, ela também se
equivoca. Mas não resta dúvida de que o coração seja bem mais suscetível e
vulnerável a certos apelos.
Há que se redobrarem os cuidados para que a mente e o
coração não se tornem aliados incondicionais. É mais produtivo mantê-los num
clima de certa desavença. Caso contrário, a mente sempre vai tentar justificar
o que o coração já houver decidido. Sabe como é... O coração tem um jeitinho
faceiro de dobrar a mente e fazê-la submeter-se a seus caprichos, nem que para
isso tenha que se valer de chantagens e tentativas descaradas de suborno. A
mente não resiste a uma oferta de prazer, principalmente quando convencida de
que os custos serão baixos.
Também não se pode ignorar por completo a voz do coração,
principalmente quando nos fala pela via da intuição. Não é raro que ele tenha
razão. Como disse Blaise Pascal, o coração tem razões que a razão desconhece.
Mente e coração só devem chegar a um acordo depois de boa
dose de argumentação de ambas as partes.
Deixe que o coração se pronuncie. Avalie seus argumentos. E
caso eles o convençam, atreva-se a ceder.
Que seja a consciência o árbitro que decidirá entre os
argumentos da razão e os apelos do coração.
Quem deveria ter a última palavra?
Os dois, quando a voz de ambos soarem em uníssono na câmara
da consciência.
Depois disso, mantenha-os novamente em cômodos separados, possibilitando
avaliar cada nova decisão de um ângulo distinto, porém, complementar.
Valvico Alves- Sem dúvidas que o coração é mais dado a uma volatilidade meio que ditatorial e a mente que se cuide caso lhe convenha divagar pelos caminhos cardíacos. No mais, como bem pensava Isaías e na mesma medita reproduziu João Alexandre: ..."Um amigo, um bandido talvez, quem te conhecerá ?"...
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