Por Hermes C. Fernandes
Pai nosso que está no céu, porém, sempre acessível a todos que o buscam. Que seu nome jamais seja profanado por aqueles que dizem representá-lo.
Que o seu reino nos encontre onde quer que estejamos, e que sua vontade prevaleça
sobre nossos projetos pessoais.
Que a terra seja uma extensão do céu, lugar onde a
justiça e o amor andem de mãos dadas.
Que o pão que nos for dado cotidianamente seja compartilhado
com os demais em vez de ser guardado para o dia seguinte. Que o acúmulo de bens
seja considerado o cúmulo do egoísmo, enquanto sua distribuição generosa
desperte em nós a esperança de dias melhores.
Que o perdão que nos foi graciosamente concedido, seja prodigamente
estendido aos demais. Que assim como fomos perdoados, possamos igualmente
perdoar, sem exigir reparação. E que jamais nos aproveitemos da dívida alheia para chantagear ou
tirar proveito em benefício próprio.
Não nos deixe cair na tentação de achar que somos o centro
do universo, merecedores de atenção especial, agindo como se o mundo nos devesse
alguma coisa. Nem nos permita ser tentação aos outros, a fim de expor sua
fraqueza, e assim, justificar a nossa.
Livra-nos do mal, principalmente, daquele que possamos fazer
ao próximo, mesmo que isso nos traga alguma vantagem.
Que jamais nos esqueçamos de que o Pai é nosso, e não de uns
ou de outros; mas o reino é dele, e por isso, admite nele quem ele quiser, sem ter que dar satisfação a ninguém. Seu reino é infinitamente maior do que o perímetro que nossa espiritualidade egoísta nos permite ver. O pão é nosso, mas
o poder de concedê-lo pertence a ele. Se este poder nunca cessa, sua provisão
também jamais faltará. Que desculpa teríamos para acumular em vez de repartir? Que justificativa haveria para a nossa ganância e cobiça? A
dívida perdoada era nossa, e nada fizemos para merecer seu perdão. Os méritos são dele. Logo, a
glória deve ser atribuída inteiramente a quem de direito. Dele foi a iniciativa, e a ele caberá a
finalização. Ele é o início e o fim. A nós, seus filhos, cabe a alegria de sermos o meio, o canal através do qual sua superabundante graça alcance também os demais.
Se o Pai, o pão e o perdão são nossos, então, somos todos irmãos.
Que assim seja.
bonita compreensão do pai nosso visão poética e espiritualizada
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