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segunda-feira, outubro 22, 2018

Aos pastores, pregadores da verdade, e aos impostores, propagadores de Fake News



Por Hermes C. Fernandes

Por favor, não ousem colocar na conta de Deus suas predileções políticas. Não se atrevam a dizer que foi o Espírito Santo quem lhes disse para trabalharem pela eleição de Bolsonaro. Vocês não percebem que com isso, a igreja só faz perder cada vez mais sua credibilidade ante a sociedade? Nesta semana, o auto-intitulado apóstolo Renê Terra-nova, o mesmo que organizou um batismo no Rio Jordão em que os fiéis formavam o número 17, “decretou” no mundo espiritual a vitória de seu candidato. Quanta sandice! Desde quando Deus se dobra aos nossos decretos? Chega a soar blasfemo. Enquanto isso, uma enorme ferida se abre no Corpo de Cristo (a igreja), aumentando exponencialmente o número de desigrejados.
Que WhatsApp que nada! As igrejas se tornaram na principal fábrica de Fake news. Mentiras são ditas nos púlpitos sem o menor constrangimento. Quem quer que tenha certo conhecimento se nega a continuar frequentando esses comitês eleitorais disfarçados de igreja. Pastores chantageiam seu rebanho, ameaçando excluir membros que se neguem a votar em Bolsonaro. Afirmam que se o candidato oponente vencer, igrejas serão fechadas, crianças serão erotizadas nas escolas, pastores serão forçados a celebrarem casamentos gays e o Brasil se tornará numa Venezuela. Será que se esqueceram quem é o pai da mentira?
Há grupos de pastores no WhatsApp onde a mentira corre solta. Alguns trocam fichinhas entre si para ver quais as Fake News da vez que deverão ser contadas no próximo culto. Não digo que o façam conscientemente. A maioria o faz enganada por achar que finalmente teremos um dos nossos lá, defendo os valores nos quais hipotecamos nossa fé.
Curiosamente, as mesmas correntes evangélicas que apoiam o Bolsonaro aqui, são as que apoiaram Trump nos Estados Unidos, com a mesma fábrica de fake news comandada por Steve Bannon. No site da Unisinos, há um artigo que diz que Bannon está na Europa para fazer a mesma coisa: dividir a sociedade do velho continente, inserindo o nazifascismo. Na Italia, conspira contra o Papa. Por onde passa deixa um rastro de ódio e preconceito.
Pelo menos, tudo o que está ocorrendo no Brasil serve para nos mostrar que o país segue sendo um grande campo missionário. E não me refiro aos milhões de desigrejados que deixaram suas igrejas por não aceitarem esta versão pervertida do Evangelho diluída no discurso fascista. Refiro-me aos tantos que ainda se mantém nessas igrejas por se alinharem a este discurso.
O Brasil precisa urgentemente conhecer o evangelho do amor.

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