Por Hermes C. Fernandes
Hoje se celebra o Dia do Trabalho. E para muitos, não haveria melhor maneira de se comemorar do que tirando um dia de folga. Quem gostaria de passar o Dia do Trabalho trabalhando, não é mesmo?
Fica a impressão de que trabalho seja um mal necessário, uma espécie de maldição. Daí, a ojeriza que temos pela segunda-feira e o anseio para que chegue logo a sexta-feira. O sonho de muitos é ganhar na loteria para nunca mais ter que trabalhar. Consideramos bem-aventurado quem ganhe muito trabalhando pouco.
Há até quem busque justificar tal postura teologicamente. Estes entendem que o trabalho foi instituído por Deus como uma maldição decorrida do pecado. A célebre frase "Do suor do teu rosto comerás..." ecoa como uma sentença condenatória. Ledo engano! Mesmo antes da Queda, Deus destacou o primeiro homem para que cultivasse o seu jardim. Portanto, o Jardim do Éden, ou jardim dos prazeres, também era o jardim do labor.
Se trabalho fosse maldição, logo, o Deus revelado em Cristo seria um deus amaldiçoado. "Meu Pai trabalha até agora", declara Jesus, "e eu trabalho também" (João 5:17).
O que torna o trabalho algo penoso ou prazeroso é o seu propósito. A pergunta que deveríamos nos fazer é: pelo quê trabalhamos? Ironicamente, se trabalhamos visando unicamente nosso sustento e aprazimento, o trabalho se torna um tormento. Mas quando trabalhamos visando o bem comum e a glória de Deus, sentimo-nos realizados e plenamente satisfeitos. Em outras palavras, o que dignifica o trabalho é o amor. Isaías profetiza que Jesus "verá o fruto do trabalho de sua alma, e ficará satisfeito" (Is.53:11). E qual seria o tal fruto do Seu trabalho? A redenção da humanidade e a restauração de toda a criação. Portanto, o que motivou o Seu árduo trabalho foi o amor.
Se num jardim, o trabalho tornou-se numa sentença de maldição, também foi num jardim que Cristo resgatou o sentido sagrado do trabalho ao ter Seu suor transformado em sangue. Movido tão-somente por amor, Ele abriu mão de viver para Si mesmo para oferecer Sua vida em resgate de muitos. Por amor Ele sorveu inteiramente o cálice que nos estava destinado, absolvendo-nos de toda e qualquer sentença. Uma vez redimidos, deixamos de viver e trabalhar visando exclusivamente nosso próprio bem, para viver e trabalhar em função da glória de Seu amor e do bem de nossos semelhantes.
Repare nisso: Sua obra redentora começou antes da cruz! As primeiras gotas de sangue que derramou não foram provocadas pela perfuração dos pregos, nem pela coroa de espinhos ou pelas chicotas. Em vez disso, Seu suor, símbolo do árduo trabalho a que fora submetido o homem, tornou-se em sangue. Pode-se dizer, então, que a primeira coisa a ser resgatada por Cristo foi a relação do homem com o trabalho. Tal se deu pelo fato de que a primeira sentença que recebera de Deus afetou justamente sua relação com a terra. O que antes era prazeroso, tornou-se doloroso. O que era gracioso, tornou-se custoso. Cristo toma sobre Si esta sentença e nos absolve para que possamos viver plenamente nossa vocação profissional.
Se num jardim, o trabalho tornou-se numa sentença de maldição, também foi num jardim que Cristo resgatou o sentido sagrado do trabalho ao ter Seu suor transformado em sangue. Movido tão-somente por amor, Ele abriu mão de viver para Si mesmo para oferecer Sua vida em resgate de muitos. Por amor Ele sorveu inteiramente o cálice que nos estava destinado, absolvendo-nos de toda e qualquer sentença. Uma vez redimidos, deixamos de viver e trabalhar visando exclusivamente nosso próprio bem, para viver e trabalhar em função da glória de Seu amor e do bem de nossos semelhantes.
Repare nisso: Sua obra redentora começou antes da cruz! As primeiras gotas de sangue que derramou não foram provocadas pela perfuração dos pregos, nem pela coroa de espinhos ou pelas chicotas. Em vez disso, Seu suor, símbolo do árduo trabalho a que fora submetido o homem, tornou-se em sangue. Pode-se dizer, então, que a primeira coisa a ser resgatada por Cristo foi a relação do homem com o trabalho. Tal se deu pelo fato de que a primeira sentença que recebera de Deus afetou justamente sua relação com a terra. O que antes era prazeroso, tornou-se doloroso. O que era gracioso, tornou-se custoso. Cristo toma sobre Si esta sentença e nos absolve para que possamos viver plenamente nossa vocação profissional.
Assim como Jesus, o Pai também trabalha visando o bem daqueles a quem ama, como testifica o mesmo profeta Isaías, "desde a antiguidade não se ouviu, nem com os ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti que trabalha para aquele que nele espera" (Is.64:4). Quem diria? O Deus dos cristãos é um Deus Operário. Ele trabalha até no turno da noite! "Aos seus amados, Ele dá enquanto dormem" (Sl.127:2b).
Igualmente, devemos viver e trabalhar por aqueles a quem devotamos nosso amor. Como asseverou Paulo: "Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si" (2 Co.5:15).
Igualmente, devemos viver e trabalhar por aqueles a quem devotamos nosso amor. Como asseverou Paulo: "Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si" (2 Co.5:15).
Sabemos que "em todo trabalho há proveito" (Pv.14:23), todavia, o trabalhador não deve ser o único a se beneficiar de seu labuto. Como discípulo do Pai e do Filho, impulsionado pelo Espírito, requer-se do verdadeiro cristão que "trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade" (Ef.4:28). Isso não quer dizer que não se possa usufruir dos frutos do próprio trabalho. Pelo contrário. A Escritura declara que "o lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos" (2 Tm.2:6), e que sem qualquer sentimento de culpa, "todo homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho; isto é um dom de Deus" (Ec.3:13).
O que deveríamos considerar maldição não é o trabalho, mas a ociosidade. Por isso, Cristo adverte aos Seus discípulos: "Negociai até que eu venha"(Lc.19:13). A palavra "negócio" é a junção de duas outras palavras: negar + ócio. Portanto, trabalhar é negociar, isto é, negar o ócio, descruzar os braços, buscar o que fazer. Pode até ser que falte emprego, mas jamais faltará trabalho.
Desde os primórdios da igreja, alguns quiseram se aproveitar daquele clima de solidariedade em que todos repartiam entre si os seus haveres, e com isso, recusavam-se a trabalhar. Paulo teve que cortar um dobrado com esses espertalhões. A ordem apostólica era: "Se alguém não quer trabalhar, também não coma" (2 Ts.3:10). Uma coisa é não trabalhar por razões contrárias à vontade, tais como falta de oportunidade, doença, injustiça, etc. Outra coisa é não querer trabalhar. Ninguém tem o direito de ser pesado aos demais. Paulo dá testemunho acerca da postura que ele mesmo adotou no afã de ser exemplo para os demais:
"Nem de graça comemos o pão de homem algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós." 2 Tessalonicenses 3:8Outra coisa que Deus abomina é a exploração do trabalho alheio. Paulo dá eco ao princípio ensinado por Jesus: "O trabalhador é digno do seu salário" (1 Tm.5:18; Lc.10:7). Se trabalhar é sinônimo de bênção, ser explorado é o que há de mais próximo do que poderíamos chamar de maldição.
Assim como há quem queira receber sem trabalhar, também há que queira tirar vantagem do trabalho de outros. Há duas severas admoestação para os tais, uma extraída do Antigo e outra do Novo Testamento:
"Ai daquele que edifica a sua casa com iniquidade, e os seus aposentos com injustiça; que se serve do trabalho do seu próximo sem remunerá-lo, e não lhe dá o salário." Jeremias 22:13
"Eis que o salário que fraudulentamente retivestes aos trabalhadores que ceifaram os vossos campos clama, e os clamores dos ceifeiros têm chegado aos ouvidos do Senhor dos Exércitos." Tiago 5:4Deus não viola Seus próprios princípios. Quem se atreve a burlá-los certamente terá consequência. Assim como queremos que nosso trabalho seja valorizado, recebendo o que for justo, devemos valorizar o trabalho dos outros, pagando-os de acordo com o que for justo e honesto.
No Reino de Deus, ninguém precisa perder para que outro ganhe. Onde impera a justiça, ali há paz. E onde houver paz, ali haverá alegria.
Feliz Dia do Trabalho a todos!
Hermes: conforme minha leitura marxista, o trabalho como "maldição" é o alienado, onde o indivíduo trabalha para outrem e não se identifica nem com o que produz e nem recebe os frutos do trabalho produzido. Esse estado de coisas cessará no comunismo futuro onde, finalmente, será dado a cada um de acordo com suas necessidades, e pedido de cada um de acordo com suas possibilidades.
ResponderExcluirGostei do "Deus Operário". Ainda, um Deus que vela pela classe operária, explorada e vilipendiada na sociedade capitalista.
Me atrevendo a fazer a sintese entre o trabalho como capacidade divina impressa no homem e como categoria marxista parece-me que o desafio do cristão é trabalhar com amor e não se satisfazer com o modo de produção exploratório capitalista. Acredito que tal sistema só se sustenta pela exploração e acúmulo. Então, ao passo que o cristão deve buscar fazer o seu trabalho com amor (mesmo que não faça o que ama), ele deve também enfrentar esse modelo exploratório, visto que trás em seu bojo necessidade da injustiça e da desigualdade.
ResponderExcluirSe por um lado, o trabalho como algo próprio do homem o humaniza, por outro ele quando alienado reifica, coisifica, desumaniza. Desse modo, embora nos seja desafiado fazê-lo com amor na sociedade vigente, nos é dado como dever lutar contra sua exploração desumanizadora até que chegue não o Comunismo, mas o Reino de Deus.
Hermes mudando um pouco do texto, quero dizer que vc de novo dando o fora nê?
ResponderExcluirEsta foto do ator Charles Chaplin aí em cima, vc sabe muito bem que ele era nazista e trabalhava para o nazismo e foi expulso do EUA por ser nazista.
O nazista Hitler espelhou no bigode do Chales Chaplin e vise e versa, olha que os bigodes deles são iguais, mas a realidade do fato, vamos lá.
O EUA a SIA FBI descobriu que o Chales Chaplin era informante do Hitler no EUA entendeu?
Sou Militar do EB.
E isso que falo está relatado no EB do Brasil no FBI, SIA e na história do EUA que todos sabem disso lá.
Portanto esta ilustração sua do Chales Chaplin não se deve ter valor como exemplo de trabalhador, o Charles Chaplin dessa foto aí em cima era nazista e informante do nazismo.
Que texto incrível! Um dos melhores que já acompanhei, quebrando diversos dogmas de maldição pelo trabalho. Muito bom, concordo plenamente.
ResponderExcluirAinda assim fiquei em dúvida sobre o que seria o "suor do seu rosto"?