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sexta-feira, dezembro 28, 2012

2013: Ano de quê mesmo?



Por Hermes C. Fernandes

Todos os anos é a mesma coisa. Os líderes eclesiásticos anunciam a "palavra profética" que guiará seus ministérios durante o decorrer do novo ano. Geralmente são frases de efeito tais como "Ano da Dupla Honra", "Ano da Conquista", "Ano da Multiplicação", "Ano da Restituição", etc.

Eles bem que poderiam ser um pouco mais criativos, lançando frases como "Ano da Humildade","Ano do Amor ao próximo", ou "Ano do Perdão", e admitir que não se trata de palavras proféticas, mas tão-somente de slogans cujo objetivo é atrair o interesse das pessoas para os seus ministérios. Tudo não passa de marketing.

Mas quem se sentiria atraído por tais slogans? Quem está interessado em servir ao semelhante, perdoar os inimigos, andar humildemente? Todos querem mesmo é ter suas necessidades supridas, seus desejos saciados, seus sonhos realizados.

Enquanto isso, entidades seculares lançam campanhas de conscientização contra o racismo, a corrupção, a devastação do meio-ambiente, etc. A Igreja Católica, por seu turno, lança campanhas falando de solidariedade, fraternidade e até de ecologia.

Se a igreja evangélica não der uma guinada de 180 graus, vai acabar perdendo o pouco que lhe resta de credibilidade e pertinência.

O fato é que, tornamo-nos agremiações religiosas anacrônicas, centradas em seu próprio umbigo, indiferentes às demandas da sociedade. Só damos a cara a tapa quando o assunto é de ordem moral, como o homossexualismo. Não estamos preocupados com a corrupção crônica de nossa sociedade, nem com questões éticas e sociais. Nossas marchas são sempre com a intenção de demonstrarmos nosso capital político, a fim de barganharmos com os poderes constituídos. Não somos boca para os mudos, nem mãos estendidas para os excluídos.

As igrejas deixaram de ser voz profética em favor do oprimido, para tornarem-se franquias de ministérios megalomaníacos, cuja mensagem é pasteurizada, os cultos padronizados, e os obreiros (cópias fiéis de seus líderes) produzidos em série numa escala industrial. Por isso, sucursais (não congregações) pipocam a dois por um em todo território nacional.

O mundo nos menospreza, e não sem razão. Deveríamos nos envergonhar desse triunfalismo infantil e barato, voltando-nos para fora de nós mesmos, isso é, na direção do outro, de suas necessidades, de seus questionamentos.

Em Sua primeira aparição pública após o batismo, Jesus escolheu uma passagem das Escrituras e leu-a em plena sinagoga, usando-a como anúncio de intenção do Seu ministério:

"O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para anunciar boas-novas aos pobres. Enviou-me para proclamar liberdade aos cativos, dar vista aos cegos, para libertar os oprimidos, e anunciar o ano aceitável do Senhor." Lucas 4:18-19

Infelizmente, fazemos uma leitura espiritualizada desta passagem, perdendo sua essência subversiva e revolucionária. Os pobres em questão não eram pobres espirituais, e sim vítimas daquele sistema corroído pela injustiça. Além de pobres, Jesus também os chama de cativos, cegos e oprimidos. Aquele era o anúncio da chegada de um novo tempo, chamado de "Ano aceitável do Senhor". Tratava-se da proclamação da chegada do Reino de Deus, em que vigoraria a graça, e que priorizaria os excluídos e marginalizados pelo sistema.

Acabando de ler essa passagem, Jesus "fechando o livro, devolveu-o ao assistente e assentou-se. Os olhos de todos na sinagoga estavam direcionados para ele. Então começou a dizer: Hoje se cumpriu esta Escritura que acabastes de ouvir" (vv.20-21).

Aquele "ano aceitável" ainda não terminou. Independentemente do calendário a que estamos submetidos, aquela palavra não perdeu sua vigência. É sob ela que a igreja cristã deve avançar, ignorando agendas políticas e ideológicas, e promovendo a subversão reinista.*

O problema não é adotarmos slogans, lemas anuais, ou coisa parecida. O problema é perdermos o foco, voltando-nos para nossos projetos pessoais em detrimento do projeto do Reino. A igreja Reina, à qual sirvo como bispo, também adota lemas anuais. O deste ano é "Escolhidos para acolher os esquecidos". Com este lema, queremos enfatizar o fato de que, se fomos escolhidos, não foi para viver em função de nós mesmos, e sim, para abraçar os rejeitados. A escolha soberana de Deus não deve ser vista apenas como um privilégio, mas como um voto de confiança. Porém, para nós, este não é o "Ano dos Escolhidos" ou coisa parecida. Mas continua sendo o "Ano aceitável do Senhor".

Espero que esta reflexão contribua para o amadurecimento da igreja cristã no Brasil.

Tenham todos um 2013 surpreendente, repleto de amor, sinceridade, perdão, fidelidade, e todas as virtudes  impressas em nosso caráter pelo Espírito da Graça.

* reinista = alusivo ao reino de Deus

5 comentários:

  1. Missionário Luiz12:45 PM

    Irmão Hermes, paz de Jesus Cristo o Nazareno seja com o irmão e todos os seus.
    ESTE VERSÍCULO QUE O IRMÃO MENCIONOU EM LUCAS 4.18 DIZ O QUE A IGREJA DO SENHOR TEM QUE FAZER NESTA TERRA.
    " O ESPÍRITO DO SENHOR É SOBRE MIM, POIS QUE ME UNGIU PARA EVANGELIZAR OS POBRES, CURAR OS QUEBRANTADOS DO CORAÇÃO ".
    " ME UNGIU ".
    Aqui, Jesus Cristo explica o propósito do seu ministério ungindo pelo Espírito Santo.
    1- É para pregar o evangelho aos pobres, aos necessitados, os aflitos, aos humildes, aos abatidos de espírito, aos quebrantados de coração e aos que temem a sua palavra de Vida Eterna; ver em Is 61.1-3; 66.2.
    2- É para curar os aflitos e oprimidos.
    Essa cura envolve a pessoa inteira, tanto física quanto espiritual.
    3- É abrir os olhos espirituais dos que foram cegados pelo mundo e por Satanás, para agora verem a Verdade das boas-novas de Deus; ver em Jo 9.39.
    4- É para proclamar o tempo da verdadeira liberdade e salvação do domínio de Satanás, do pecado, do medo e da culpa; ver em Jo 8.36; At 26.18.
    Todos os que são cheios do Espírito Santo devem participar do ministério de Jesus, da maneira descrita acima.
    Para fazermos assim, precisamos estar profundamente consciente da extrema necessidade e miséria da raça humana, resultante do pecado e do poder de Satanás- uma condição de escravidão do mal, desolação cegueira espiritual e males físicos.
    O mundo e suas oferta que satifaz a carne humana, um passaporte para o inferno.
    Se o Filho vós libertar, verdadeiramente sereis livres;assim disse Jesus Cristo o Nazareno.
    Portanto, só Jesus Cristo é a solução para a raça humana!

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  2. Sinto vergonha de mim mesmo...

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  3. Graças ao meu Senhor Jesus Cristo. ele tem usado o bispo hermes como canal de bençãos. e foi com ele que aprendi a verdadeira vontade do de Deus. aprendi o verdadeiro jejum. e acreditem se quiser antes eu vivia o ano de davi, abraão, esther e seus sacrificios campanha jejuns declarados e etc. e nada mudava e nao me sentia tão util até quando descobri que estender a mão ao necessitado ajudar a viuva o orfão me tornava feliz e completo. obrigado bispo por me ensinar que o senhor quer misericordia e nao sacrificios. grande abraço. Leandro Lima

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  4. Graças ao meu Senhor Jesus Cristo. ele tem usado o bispo hermes como canal de bençãos. e foi com ele que aprendi a verdadeira vontade do de Deus. aprendi o verdadeiro jejum. e acreditem se quiser antes eu vivia o ano de davi, abraão, esther e seus sacrificios campanha jejuns declarados e etc. e nada mudava e nao me sentia tão util até quando descobri que estender a mão ao necessitado ajudar a viuva o orfão me tornava feliz e completo. obrigado bispo por me ensinar que o senhor quer misericordia e nao sacrificios. grande abraço. Leandro Lima

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  5. Anônimo11:55 AM

    Hermes, a verdadeira conquista, é quando chegar ao fim da jornada dizer como o apóstolo Paulo disse:
    Combati um bom combate, completei a carreira, e guardei a fé.
    A verdadeira conquista é ganhar almas para Jesus, como diz Salomão o rei, quem ganha almas sábio é.
    A verdadeira conquista é chegar no final da vida e estar limpo na presença de Deus.
    Lembre-se, as misericórdias do Senhor são causa de não sermos consumidos pelo diabo.
    Veja que Satanás está como um leão para nos tragar, mas as misericórdias de Deus nos livra.
    Estamos neste mundo Hermes pela misericórdia de Deus.
    Mas o homem sem Deus é presa fácil para o diabo, e não consegui sair das algemas, escravidão de Satanás neste mundo e seus deleites, os prazeres carnais que dá o passaporte para o inferno.
    Se não tiver Jesus Cristo em sua vida o seu fim será terrível, e o lago de fogo e enxofre espera os que rejeitam o evangelho de Jesus e sua salvação de vida eterna.
    Novamente digo: Estamos vivos, pela misericórdia de Deus, que dura para sempre aos fiéis cristãos.

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