Hermes C. Fernandes
Havia um homem que apreciava o ar puro e refrescante da madrugada, por isso,
apesar do perigo, dormia sempre de janela aberta. Um dia, logo cedo, ouviu o
cantar de um passarinho. Olhou pela janela e não conseguiu avistá-lo. Aquele
canto se destacava dos demais. No outro dia, a mesma coisa. Até que um dia se
deu conta de que aquele pássaro estava preso numa gaiola na casa do vizinho.
Imaginou como deveria ser triste viver numa casa onde as janelas estavam sempre
fechadas. Infelizmente, nada podia fazer para ajudar aquele triste pássaro.
Mesmo preso, mal tratado, desnutrido, o pássaro jamais se negou a cantar.
Um dia, para a surpresa daquele homem, o pássaro amanheceu na sua janela,
depois de ter escapado da jaula onde vivia. Percendo que ele era manso,
aproximou-se, ofereceu-lhe o dedo indicador, e ele, sem receio, subiu nele como
se fosse um puleiro. Nascia ali uma amizade. Vendo-o desnutrido, o homem
ofereceu-lhe ração. Por ter sido criado numa gaiola, o passarinho não estava
pronto para a liberdade. Por isso, aquele homem usou os poucos recursos que tinha para comprar uma linda e espaçosa gaiola. Colocando-o lá, propos em seu coração mantê-la com a porta sempre aberta. Assim, ele teria liberdade de voar e
voltar sempre que tivesse fome. Ali ele teria liberdade e segurança, alimento e
refúgio.
Havia outros pássaros na casa. Todos dentro de um único viveiro. Mas
aquele pássaro fora colocado à parte. Todos os dias pela manhã, ouvia-se um
coral de passarinhos. Canários, coleiros, trinca-ferros, uniam-se para encher
aquela casa de alegria matinal. Um dia, porém, aquele homem percebeu que o
pássaro criado à parte, naquela gaiola sempre aberta, negava-se a cantar. Por
que será? Talvez por sentir-se isolado. Será? O homem, então, experimentou
colocá-lo por alguns dias no viveiro com os outros. Ele pareceu muito alegre.
Batia asas. E até emitia algum som. Mas não cantava.
Seu novo dono não parava em casa. Tinha que trabalhar dia após dia. Chegava
quando os pássaros já estavam dormindo e saía pra trabalhar muito cedo. Seu
antigo dono era difirente. Apesar de não lhe dar comida, e mantê-lo aprisionado
numa gaiola sem muito espaço, pelo menos estava sempre por perto. Talvez por
isso não lhe negasse o canto. Ele acostumou-se a cantar sempre sob pressão,
estando triste ou alegre.
Certo dia, enquanto o homem saíra pra trabalhar, o pássaro aproveitou a porta
aberta e voou. Não quis voltar pra seu antigo dono, talvez por vergonha, ou por
não ter tão boas lembranças de lá. Saiu em busca de uma nova gaiola. Em vez
disso, deparou-se com um alçapão. Com fome, acabou caindo na armadilha. Puseram
nele uma colheira de identificação, apararam suas asas, e colocaram-no numa
linda gaiola de ouro e todas as semanas o levam para exibi-lo numa feira de
pássaros. Será que agora ele vai cantar? Pelo menos desta vez ele terá sempre
uma platéia ávida por ouvir seu canto.
Quanto ao homem que o acolhera, mesmo sentindo saudade do pássaro,
contentou-se com os que viviam no viveiro. Esses jamais lhe negaram o canto.
Querido irmão Hermes Fernandes,
ResponderExcluirA Paz do Senhor,
Profunda a sua reflexão. Que Deus continue lhe dando sabedoria e uma "pena" de poeta (isso sem perder o tom profético)para trazer relíquias como essa.
Se permitir estarei postando em meu blog, e, lógico, colocando a fonte e o autor.
Um grande abraço,
No Amor de Cristo,
Pastor Flavio Constantino.
Oi Hermes,
ResponderExcluirVim retribuir a visita rsrs
Que ótimo ter vc seguindo meu blog! fiquei muito feliz!!!
não tenho muito tempo pra atualizar e as vezes dou uma sumida, mas espero ter vc e seus comentários sempre lá.
Como vc pode ver, eu já seguia o seu...rsrs amo o q vc escreve aqui e tb sigo o genizah e gosto muito.
Na paz,
Angela
Bispo Hermes, paz
ResponderExcluirQue prazer e boa surpresa tê-lo como seguidor do meu blog!Fato que vai trazer mais edificação, informação, cultura e mais conteúdo relativo as coisas espirituais.
abraços
pelos vínculos do calvário