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sexta-feira, janeiro 30, 2009

Traficante é enterrado ao som de música gospel

O enterro do traficante Leandro Monteiro dos Reis, conhecido como Pitbull da Mangueira, aconteceu nesta sexta-feira às 16h., no Cemitério São Jão Batista, em Botafogo. Cerca de 70 pessoas acompanharam o cortejo.

Pitbull foi morto na quarta-feira, durante operação de policiais civis no Morro da Mangueira. A invasão provocou um onda de violência na cidade, com quatro ônibus incendiados.

Duas coisas chamaram a atenção durante o enterro. A primeira foi a faixa que havia numa coroa de flores, e que trazia as letras da facção criminosa a qual pertencia Pitbull. Um tenente do Serviço Reservado do 2o BPM (Botafogo) impediu que a faixa fosse colocada sobre o caixão. Houve revolta por parte de alguns manifestantes, que gritavam palavras de ordem contra a PM. Depois de retiradas as letras, a faixa foi colocada sobre o caixão.

A segunda coisa que chamou a atenção, inclusive da imprensa, foi a canção evangélica entoada no momento em que a sepultura estava sendo lacrada. A canção "Faz um milagre mim", do cantor evangélico Regis Danese tem tocado até em rádios seculares, a pedido de ouvintes. Mas jamais se poderia imaginar que seria cantada numa ocasião como esta.

Alguns bailes funk realizados nas comunidades sob a bênção do tráfico, também começam e terminam com louvores como este. Entre uma batida e outra, o DJ solta um gospel.

O fato é que muitos traficantes são filhos de crentes, criados na igreja, mas que se afastaram atraídos pela oferta do crime organizado. Mesmo afastados, alguns conservam certo respeito para com o trabalho desenvolvido pelas igrejas. Basta visitar um presídio, pra se dar conta de que muitos internos têm nomes bíblicos.

Espero que tal fato não provoque nenhum tipo de insinuação que coloque em xeque o trabalho social e evangelístico que muitas igrejas sérias realizam nessas comunidades.

Mas vale aqui uma reflexão: se as igrejas atuassem no campo social tanto quanto têm atuado no campo espiritual, talvez tal situação fosse atenuada.

O que esses jovens precisam não é apenas que alguém lhes apresente o Evangelho, mas também que alguém lhes dê oportunidade de estudar, trabalhar e progredir.

Tocar canções evangélicas em bailes funk não vai produzir transformação, e talvez até colabore para a alienação dos seus freqüentadores.

Melhor seria se cada igreja cedesse suas intalações nas horas em que não há cultos, para cursos profissionalizantes, palestras sobre drogas e sexo, acompanhamento psicológico, etc.

A canção cantada no enterro de Pitbull diz em uma de suas estrofes: "Me ensina a ter santidade..." Antes de aprender a ter santidade, esses jovens precisam aprender o que é solidariedade.

2 comentários:

  1. Anônimo8:57 PM

    Gostaria de fazr um comentário sobre esse jornalista. Não concordo com certas partes dessa reportagem. A notícia aqui é a morte do Pitbull, não o questionamento de indoles e religiosas. A questão do louvor evangélico independente de religião fica a critério de cada um. Realmente é um louivor muito lindo. Caso alguem passar na Uruguaiana no centro do Rio, acha ate mendigo cantando. Acho q não tem nada a ver julgar o louvor com o enterro de um bandido. Achei isso considera uma enchação de linguiça.

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  2. Anônimo1:43 PM

    O fato e q todos inclusive os criminosos tem um respeito pela Instituiçao evangelica..(por serem familiares de evangelicos, por receberem visita em presidios, onde as vezes nem seus familiares vao)..e q isso deve ser levado mais em consideraçao ate mesmo pela direçao das igrejas .
    cedendo palestras, cursos, uma interatividade maior; uma responsabilidade Social...q lhe cabe...

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