sexta-feira, setembro 08, 2006

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Cristo, a Vacina
Por Hermes C. Fernandes

A criação fora infectada por um vírus letal: o pecado. Era como um famigerado câncer, que corroendo-a por inteiro. Não se trata apenas de um mal moral, mas de uma espécie de epidemia de repercussão cósmica.

Somente uma poderosa vacina livraria a Criação desse vírus. Paulo escreve: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós” (2 Co.5:21). Como toda vacina, Cristo teria que entrar no corpo infectado, para expurgar o vírus. E foi o que, de fato, Ele fez. O corpo infectado a que me refiro é o Universo. O Deus transcedente, isto é, que vive para além do Universo, Se fez imanente, penetrando a Criação, para restaurar sua saúde original.

Por Sua morte, Cristo restaurou a saúde do Universo. O pecado foi banido! Embora os sintomas pareçam persistir, o vírus já foi eliminado. Paulo nos informa que “Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne” (Rm.8:3b).

Diferente dos sacrifícios exigidos na Antiga Aliança, que tinham que ser renovado ano após ano, o sacrifício de Cristo foi definitivo. Não se trata de um remédio em doses homeopáticas, mas de uma única dose. “Doutra forma”, declara o escritor sagrado, “necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo. Mas agora, na consumação dos séculos, uma vez por todas se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo” (Hb.9:26).

A vacina foi preparada de antemão, antes mesmo da criação do cosmos. Por isso se diz que o Cordeiro foi morto desde antes da fundação do mundo. Mas a aplicação dela se deu na plenitude dos tempos, quando Cristo Se humanizou.

Uma vez livres do poder do pecado, somos reintroduzidos no projeto original de Deus: a eternidade. Uma vez vacinados, não há como ser infectados novamente. Nas palavras de Paulo, simplesmente estamos “mortos para o pecado” (Rm.6:11). Ele não exerce mais o mesmo poder que antes tinha sobre nós. “Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação,e por fim a vida eterna” (Rm.6:22). Esse “por fim” não deve ser entendido como sendo algo que só teremos no fim de todas as coisas. Creio que a vida eterna é pra ser usufruída agora. Esse “por fim” significa “por objetivo”. O objetivo de Deus ao nos libertar do poder do pecado, é conceder-nos a vida eterna.

O amor de Deus exige que o objeto amado se torne eterno. É porque o “seu amor dura para sempre” (Ed.3:11), que “tudo o que Deus faz durará eternamente” (Ec.3:14). O único empecilho a isso era o pecado. Porém esse foi definitivamente vencido na Cruz.

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